Freguesia
de Baiões
Brasão:
escudo de ouro, cruzeiro de azul, entre quatro espigas de trigo de vermelho,
alinhadas em pala, duas à dextra e duas à sinistra; em campanha, monte de
verde, carregado de uma espiga de trigo de ouro. Coroa mural de prata de três
torres.
Listel
branco, com a legenda a negro: «BAIÕES».
Bandeira:
Azul. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.
Selo:
nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Baiões – S. Pedro do
Sul».
Baiões
situa-se a três Quilómetros da Sede de Concelho, São Pedro do Sul e dista cerca
de 25 Quilómetros da Sede de Distrito, que é Viseu.
Está localizada a quatro quilómetros a Oeste
da Vila de São Pedro do Sul e a quatro quilómetros a Norte das Termas. Dispersa
por 12 povoações, entre elas: Costeiras, Igreja, Lágea, Outeiro, Picoto,
Portela da Cruz, Quinta Nova, Seara, Segadães, Souto, Tamonde e Vila Pouca.
Baiões tem uma área de 2,44 Km2 e uma média de 300 habitantes.
Baiões
é um topónimo de origem germânica, designativo de uma “villa” que dá o nome a
uma das mais influentes e poderosas famílias nobres fixadas, em tempos idos,
neste território.
É
uma freguesia muito antiga, sendo algumas das suas povoações anteriores à
fundação da nacionalidade, como provam alguns documentos escritos e a toponímia
local. Já nas inquisições de 1258 se refere que um nobre, Rui Gonçalves “ de
Calvos”, aqui fizera uma “quintã” de morada. É ainda referido nestas
inquisições o facto de, já nessa altura, existir uma Paróquia denominada de
“Sancte Eolalie de Vayões”- ( Santa Eulália de Baiões).
Os
pontos turísticos da freguesia com mais destaque são o Castro da Senhora da
Guia, a Capela e o Adro que foram reconhecidos em 1992 como monumentos
nacionais. Na referida Capela foram encontrados, em 1947, três jóias de ouro
que hoje fazem parte do Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa.
Existem
ainda vários pontos de interesse, como é o caso da casa de família Pinho
Bandeira e ainda vários aproveitamentos no Turismo Rural.
Um
outro tipo de jóia muito frequente, também encontrado entre os vestígios
arqueológicos achados nos castros lusitanos é o torques, um tipo de colar em
forma de ferradura que termina numa espécie de botões. Estes seriam usados
pelos chefes de clã e também pelos chefes militares eleitos pelos lusitanos,
entre as elites guerreiras, em tempo de crise. Um dos torques mais antigos, se
não mesmo o mais antigo, foi encontrado em 1948 no castro da Senhora da Guia de
Baiões.
Uma
das principais vertentes da metalurgia lusitana era a produção de armas:
punhais, lanças, pontas de lança e falcatas.
O
punhal era curto, leve e facilmente manejável o que fazia dele uma arma defensiva
e ofensiva letal. Um punhal era constituído pela lamina de bronze que podia ser
lisa e tinha uma nervura central que o tornava mais espesso e mais resistente e
tinha um cabo em madeira a que se fixava por rebites ou pregos e por isso,
quando encontrado por completo, apresenta os orifícios onde esses rebites
penetravam.
As
pontas de lança que se conhecem têm um alvado perfurado lateralmente com dois
orifícios colocados simetricamente para fixação ao cabo de madeira. Estas
seriam transportadas pelos guerreiros até ao local de combate e aí fixas a um
cabo. Os exemplares encontrados apresentam em geral uma lâmina triangular e
secção mais ou menos losangonal.
A
metalurgia deste longo período de um milénio que consideramos como o período de
formação dos lusitanos passa depois, numa segunda fase, a utilizar o ferro.
Alguns dos objectos de ferro apresentam datações dos séculos X-XI a.C. o que
pressupõe que uma utilização de objectos de ferro, certamente usados apenas por
uma elite, coexistiu com os objectos de bronze fabricados localmente.
A
partir da entrada do ferro, a evolução vai ser rápida e a vida dos povos
peninsulares altera-se. As formas metalúrgicas não se alteram radicalmente,
pode-se mesmo dizer que elas se mantêm, embora o metal fosse agora outro. Os
instrumentos utilitários, nomeadamente os agrícolas e as armas passam a ser de
ferro, o que vai facilitar o amanho da terra e as restantes tarefas
agrárias.
Casas
do Cimo da Lágea
(povoação
da Lágea)
As
casas de arquitectura rústica, integradas no ambiente local, estão situadas
próximo das Termas de São Pedro do Sul, no Vale do Vouga. A tranquilidade que
aqui se vive é um convite ao repouso.
Quinta
do Souto
Casa
do século XVI, inserida numa quinta, a 1500 metros das Termas de São Pedro do
Sul
Solidamente
implantada, desde o Séc.XVI, no alto do seu soalheiro promontório, a Casa da
Quinta do Souto, domina uma paisagem única de serenidade e harmonia com a
natureza.
As
seculares pedras das suas paredes são veneráveis e silenciosas testemunhas de
uma história onde a realidade e o mistério dos factos se confundem com a
fantasia das suas lendas e mitos e com a ficção dos romancistas.
Em
cada recanto se promove o encontro entre o passado e o presente… 600 anos de
história na Quinta do Souto que vivem por detrás das suas ancestrais paredes
graníticas, onde a calma e o repouso existem.
(Quinta
do Souto)
Castro
da Senhora da Guia
Conhecido
por "Castro de Baiões", o "Castro de N. Sra. da Guia"
situa-se no monte que lhe deu nome, sobranceiro ao rio Vouga, no topo do qual
se ergue uma capela consagrada à N. Sra. da Guia, a cerca de 4 quilómetros da
vila de Baiões e das Termas de S. Pedro do Sul.
Estamos
perante um povoado de altura edificado durante a Idade do Bronze (mais
propriamente no século VII a. C.) estabelecido para esta região do actual
território português que mereceu a atenção dos arqueólogos somente em 1973.
Foi, então, sistematicamente escavado sob orientação do arqueólogo Monselhor
Celso Tavares da Silva, recolhendo-se, entre outros, objectos líticos,
fragmentos cerâmicos (nomeadamente com decoração incisa, estampilhada, brunida
e com mamilos) e artefactos de bronze (especialmente pontas de lança e
fíbulas), integrados na colecção arqueológica daquela instituição eclesiástica
(SILVA, 1982).
Do
espólio recolhido até ao momento sobressaem, no entanto, três torques e um
víria de ouro maciço, a par de um "depósito de fundidor" entretanto
identificado na estação arqueológica ( LOPES; SILVA, A. C. F. e SILVA, C. T.
da, 1984).
Das
primitivas estruturas são ainda visíveis vestígios das habitações de planta
predominantemente circular e do muralhado composto de uma única linha. Na verdade,
pouco sobreviveu do povoado devido à destruição à qual foi sujeito durante as
obras de terraplanagem para construção da capela, do adro e das respectivas
vias de acesso (OLIVEIRA, 2001).
Integrando
o Bronze Final da Beira Alta, designado por alguns autores de Horizonte
Baiões-Santa Luzia (SENNA-MARTÍNEZ, 1995), é provável que o castro se inserisse
numa ampla rede de povoamento emergida neste período, em zonas interiores até
então pouco desenvolvidas, a exemplo do Baixo Mondego, acompanhando "[...]
a absorção e reprodução local de armas, utensílios e objectos de adorno
metálicos, expressão do desenvolvimento e poder das elites locais que controlam
a sua produção e circulação." (Id., 1998, p. 219).
Os
últimos estudos colocarão, todavia, nos últimos séculos do II milénio a. C. o
papel de "lugares centrais" de alguns destes povoados, conquanto não
constituíssem centros de confrontos militares, funcionando, pelo contrário,
como "[...] garantes de um equilíbrio regional [...] possibilitando uma
mútua cooperação que permitisse o funcionamento regular dos mecanismos de
circulação de pessoas e bens indispensáveis ao sistema de "wealth
finance" que pensamos fundamentaria a economia e o poder das elites
locais." (Id., Idem, p. 222), permeáveis a contactos com o "comércio"
atlântico e mediterrânico.
A
Capela de Nossa Senhora da Guia terei sido, segundo antigas tradições locais,
registadas por Frei Agostinho de Santa Maria no
Santuário Mariano , edificada em meados dos século XI - XII, como
cumprimento de uma promessa feita à Virgem pelas tropas cristãs durante a
Reconquista, com pedras retiradas do designado Castelo dos Mouros, ou de Baiões
(OLIVEIRA, A. Nazaré, 2001).
Segundo a tipologia que apresenta, de um
pequeno templo rural edificado para romarias sazonais, a actual Capela da
Senhora da Guia terá sido construída em meados do século XVII, albergando a
partir de 1679 uma irmandade com a mesma designação, cujos estatutos foram
confirmados por D. João de Melo, bispo de Viseu.
A capela apresenta planimetria rectangular
composta pelos volumes da nave única, com coro-alto, e da capela-mor,
diferenciados interiormente por desnível do pavimento. No exterior, o templo é
desprovido de qualquer elemento decorativo, tendo sido anexada a sacristia ao
alçado posterior. O portal principal foi rasgado numa das fachadas laterais.
No interior, destacam-se os retábulos de talha
neoclássica branca e dourada, o principal disposto ao centro da capela-mor e
albergando a imagem em madeira estofada de Nossa Senhora da Guia, datada do
século XV, e dois colaterais, dispostos em ângulo.
Ana
Martins e Catarina Oliveira
GIF/IPPAR/2005
A
Nossa Senhora da Guia localiza-se numa elevação montanhosa, no cume da
qual se ergue uma Capela de oráculo à
Senhora da Guia.
Verificou-se
neste local e nos seus declives a presença de vestígios arqueológicos denotando
a existência de um antigo povoado castrejo. O seu período crono-cultural
remonta à Idade de Bronze, mais exactamente ao Século VII a. C
(Castro
da Senhora da Guia)
Em
1973, o Castro foi alvo de uma intervenção arqueológica coordenada pelo
Professor de Arqueologia do Seminário de Viseu, Monsenhor Celso Tavares da
Silva. Desta feita, foi dado a conhecer um conjunto de peças que constituem o
espólio da Castro de Baiões, na Srª da Guia: cerâmicas várias, pontas de lança,
facas, contas de colares, mós de mão, pesos de tear, objectos lipticos, para
além de algumas casas de planta circular e vestígios de um plano de muralha.
Tudo isto faz parte do espólio do Seminário de Viseu tendo já estado exposto no
Museu nacional de Arqueologia, em Lisboa, onde estão permanentemente dois
colares e uma bracelete em ouro maciço, normalmente usadas por guerreiros, que
foram encontradas na Srª da Guia, a quando das obras junto à Capela, em 1947.
Em
1992, ainda se podiam ver por entre vegetação, os muros das casas de planta
circular, tendo nesse ano, o Castro sido classificado pelo Ministério da
Cultura como Monumento Nacional, pelo decreto nº. 26-/92 de 1-6.
O
alto do castro da Srª da Guia era um ponto estratégico sobre o Rio Vouga,
constituído um ponto defensivo por acastelamento, evidenciando-se a presença de
“honras” senhoriais, provocando a ocupação medieval deste Castro.
(Capela
de Nª. Srª Da Guia)
Baiões tem como padroeira Santa Eulália; que se celebra em Dezembro
(Santa Eulália)
Para além desta Santa, as gentes da freguesia celebram em Julho o Santíssimo e têm especial carinho por Nossa Senhora da Guia, cuja festa se realiza na Segunda-feira de Páscoa, altura em que acorrem muitos populares à sua Capela, pois é uma celebração muito conhecida na região.
A Procissão das Cruzes celebra-se no Primeiro Domingo de Maio e é considerado o acto religioso mais tradicional da freguesia.
Festas
e Romarias: Nª. Srª. Da Guia – Castro (segunda-feira de Páscoa) e Festas
Populares (1º Domingo de Julho)
Património:
(Igreja e Torre sineira de Baiões)
(Igreja Matriz)
(Castro de Nossa Senhora da Guia)
Cruzeiro
de baiões,
Capela
e Adro de Nossa Senhora da Guia,
Casas
da Lágea, do Fundo, da Quinta Nova, de Segadães e de Tamonde e Alminhas da
Burgueta, de Quinta Nova e de Segadães.
Património
cultural edificado:
Igreja
paroquial e seu campanário;
Casa
da Quinta Nova;
Casa
de Segadães;
Cruzeiro
de Baiões;
Adro
da Igreja de Na. Sra. da Guia.
Segundo
as Inquirições de 1258, ordenadas por D. Afonso III, a Igreja de Santa Eulália
era patronato de cavaleiros locais, tendo passado posteriormente a ser do
Cabido da Sé de Viseu. Em termos de património edificado, são vários os
monumentos de interesse.
Lenda:
Há
uma lenda que se refere à possibilidade de ter existido uma igreja, no lugar de
S. Tiago, a norte da freguesia. Essa igreja, servia as duas paróquias vizinhas,
Baiões e Bordonhos. Ora os fidalgos de então, um de cada paróquia, entraram em
conflito por causa do início da missa. A desavença partiu do facto de um dos
fidalgos exigiu que o padre começasse a dizer a missa mal ele chegasse, o que
irritava, de sobremaneira, o outro fidalgo, que fez a mesma imposição ao
sacerdote, ameaçando matá-lo se não cumprisse a sua exigência. No domingo
seguinte, vendo que o seu pedido não tinha sido respeitado, levou por diante a
sua intenção e matou o padre. A população indignada perante tal acto, destruiu
a igreja. A ser verdade, as telhas antigas que subsistem no local de S. Tiago
serão as do referido templo.
Quanto
à Igreja Paroquial, consagrada a Santa Eulália, foi terminada no ano de 1778,
com a construção da capela-mor e dos altares colaterais. Há ainda uma série de
casas senhoriais de relativo interesse histórico e arquitectónico, que revelam
a forma como, no passado, a Nobreza local viu a freguesia de Baiões e lhe deu
importância.
Património
Paisagístico:
Miradouro
natural a 177m de altitude com vista panorâmica sobre toda a extensão da
freguesia
Actividades Económicas: Agricultura e pequena Indústria
Gastronomia
Vitela
Assada no Forno
Ingredientes:
1,
200 kg de carne de vitela para assar
2 dl
de vinho branco
6
dentes de alho
1,5
dl de azeite
1
colher de sopa mal cheia de colorau
pimenta
sal
1
ramo de salsa
batatas
pequenas
Modo
de Preparo
1.
Temperar a carne com sal, os dentes de alho esmagados, colorau, pimenta e vinho
branco.
2.
Colocar a carne num tabuleiro de barro. À volta dispor as batatas descascadas e
a salsa. Regar com o azeite.
3.
Levar ao forno a assar. O forno deve ter sido previamente aquecido e depois
colocado no mínimo, para que a carne asse lentamente.
Aletria
Ingredientes:
1
litro de leite
300
g de açúcar
250
g de aletria (macarrão cabelo de anjo)
3
gemas batidas
Raspas
de limão (opcional)
Canela
em pó
Modo
de Preparo
1. Colocar leite para ferver com o açúcar
2. Acrescentar o macarrão deixando cozinhar em
fogo médio até amolecer
3. Retirar do fogo
4. Passar as gemas por uma peneira, dissolvendo
com um pouco de leite, adicioná-las ao macarrão
5. Juntar as raspas de limão, se quiser
6. Misturar bem, servir em compoteira e
polvilhar com canela
Artesanato:
Carpintaria
Festas
e Romarias:
Festa
em honra de Na. Sra. da Guia na segunda-feira imediatamente a seguir ao domingo
de Páscoa; Procissão das Cruzes no primeiro domingo de Maio; Festa em honra do
Santíssimo em Junho; Festas Populares de Baiões no primeiro fim de semana de
Julho; Festa em honra de Sta. Eulália em Dezembro
Orago:
Santa Eulália
=10
de Dezembro=
Ladainha
das Cruzes
=Primeiro
Domingo de Maio=
(homens:)
Senhor Deus, mes’ricórdia!
(mulheres:)
Senhor Deus, mes’ricórdia!
(homens:)
Mãe de Deus e mãe nossa, mes’ricórdia!
Mulheres:)
Mãe de Deus e mãe nossa, mes’ricórdia!
Fonte:
Lusitanos
- No tempo de Viriato - João Luís Inês Vaz - Ésquilo
Fotos
da Net© Carlos Coelho
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